Thursday, June 29, 2006

A ironia de Alkatiri

imagem: Yahoo!



Numa entrevista recente à Visão (29/06/2006) em que o questionavam sobre as exigências da população de dissolução do Parlamento timorense, agora que o Primeiro-Ministro (ele próprio) se demitira, Mara Alkatiri responde:

"Vão exigir sempre mais. Só espero que não exijam a dissolução do próprio Estado."

É, obviamente, um recurso à ironia. Mas, neste caso em concreto, será a dissolução do Estado algo tão distante? Haverá assim tanto para dissolver?

Esta recente onda de indecisões em Timor leva-me a pensar rousseaunisticamente sobre a essência humana. Como pode uma nação que lutou unida contra um ocupante externo estar agora em ruptura interna? Onde está aquela fraternidade timorense que parecia transparecer naquele dia de 2002 em que a nação se tornou país?

Passada menos de meia década, o jovem Estado corrói-se velozmente, mutilado pelos males que grassam em democracias bem mais adultas: corrupção, conflitos étnicos, nepotismo, ambição política, vingança, desconfiança.

E o Primeiro-Ministro demissionário – cujas responsabilidades nisto tudo não deverão ser nulas – vai avisando, com uma ironia realista, que se calhar é o próprio Estado, a própria bandeira erguida em 2002, que está em causa.

Alkatiri admite a não-sobrevivência do Estado de Timor.

É, pois, dramática a lição que se tira das notícias que diariamente nos chegam do outro lado do Mundo: Timor-Leste não foi capaz de resistir às suas próprias clivagens e isso pode levar à sua destruição.

A materializar-se a ironia de Alkatiri, Timor-Leste seria um caso extraordinário de auto-destruição de um Estado – sem intervenção externa, o Estado rui defronte das divergências internas.

A possibilidade de Poder é demasiado atractiva para a maioria se contentar sem ele.

Quando eram uma nação ocupada, os timorenses ambicionavam a liberdade. Agora que são um país livre, que podem eles ambicionar? Bem-estar. E, sem ele, vem a revolta; e após a revolta, a incerteza.

O fim do Estado? E depois? Quem tomará conta de Timor, se nem os timorenses o sabem fazer?

Estará a resposta nos poços de petróleo ao largo da ilha?

Vivemos num frenzy democrático tal, que somos levados a crer que hoje em dia a democracia e – geralmente condição essencial à mesma – a liberdade, são suficientes para contentar as existências Humanas.

Na minha opinião, o valor mais elevado é outro: o bem-estar económico; e isso vê-se avaliando, ainda que brevemente, os conflitos recentes.

Iraque, Kosovo, Afeganistão, Índia-Paquistão, Serra Leoa, Sudão, Chechénia..o recurso às armas (fruto da insatisfação) surge em zonas pobres ou – pior – em zonas potencialmente ricas, geralmente em recursos naturais, em que poucos se apoderam dos muitos recursos existentes.

Em suma, a guerra é um problema de ambição.

O fim do Estado – o fim de Timor – é uma possibilidade porque Timor tem petróleo e, como frisa Alkatiri na mesma entrevista, “onde há petróleo geralmente há problemas”.

Aliás, não é a existência de petróleo nas ricas águas de Timor uma motivação extra para o desleixo das potências internacionais, que têm mais a ganhar com um Timor desgovernado do que com um governo timorense forte, que impeça a exploração das suas águas em condições económicas que beneficiem as multinacionais?

Fosse Timor um país pobre em recursos e, quem sabe, nasceria uma economia primária – que é, sempre, o primeiro passo – sólida e com potencial de crescimento.

Assim, com ouro negro nas águas, o povo não se entende, os governantes não se demitem e os observadores não se interessam, porque o dinheiro cheira bem demais, para que a solidariedade seja tida em conta.

Hoje em dia é um tabu pôr em causa o valor da liberdade. Mas, se nos perguntarmos friamente, não chegaremos à conclusão de que liberdade acelerada pode ser prejudicial a um desenvolvimento económico sustentável?

Aliás, é comum às populações de antigas ditaduras (Somália, Afeganistão, Chile pós-Pinochet, …) – sanguinárias ou brandas – o desabafo: “Na altura da ditadura pelo menos havia escolas e comida para todos…”.

Será que a liberdade é um valor demasiado caro para quem tem fome?

Timor tem fome.

Quem vai ocupar o palácio?

(também no EuEuropeu)

Wednesday, June 28, 2006

What lies beneath

image by: "Bonobo"


These are two women from Niger, the coutry at the very low bottom of most economic and humanitarian development stats and, according to UN data, the poorest country in the World.

Who could ever imagine that people actually smile, down there?

Sometimes, big surprises lie at the end of long dark lists.

My dog's tears

People usually refer to an animal's expression or behaviour as "sad" or "happy".

A friend has just told me how he had felt pity for his dog's tears yesterday.

"Tears?" - I asked - "Come on, dogs don't cry!"

But then I returned to that thrilling question: do animals have feelings?

We usually refer to them as irrational beings - as opposed to Humans. But is Reason a necessary condition to feelings?

Is it possible that animals feel something, other than hunger or cold?

One animal-loving friend once told me that animals love whoever feeds them. Yann Martel (in "The Life of Pi") argues that an animal's life is fulfilled by only two necessities: having something to eat and having their own territory.

That being true, what space is left for a dog to love his owner?

Or, for example, I question myself, what does a dog feel when he wants to play with us and we refuse? Is it sadness?

And if we play with him? Does he want to play because he is seeking pleasure?

If animals are pleasure-seekers, then they should also be able to feel and, thus, Martel and my friend are wrong.

If they are not pleasure-seekers, what are they after, when they want to "play" with us?

I could be here for hours.

I think that "what do animals feel?" is one question that Mankind and Science will never understand.

É verdade

"E porque, à medida que todos os dias nascem novas operações transfronteiriças na Europa, crescem dúvidas sobre o mercado relevante em que a Autoridade [da Concorrência] deve mover-se. E repetem-se as críticas por a Autoridade estar, subsequentemente, a travar as empresas nacionais de ganhar massa crítica para, tal como as suas concorrentes, fazer a expansão por aquisições no exterior."

Sérgio Figueiredo in jornal de Negócios, 27-6-2006

Mitos de infância


Romário, Bergkamp, Stoitchkov, Baggio, Maldini, Hagi...porque é que a minha geração dos 20 e poucos anos responde nomes da década de 90 quando questionada sobre os melhores jogadores que jamais viu jogar? É raro ser mencionado um jogador mais recente à excepção de Zidane ou Figo e, por vezes, o próprio Ronaldinho ou “a época de Ronaldo no Barcelona”.

Raramente se vê um jogador da década de 2000 na galeria de heróis das pessoas da minha idade, e desde Shevchenko e Henry a Totti e Káká, há inúmeros jogadores que, na pureza da razão, estariam ao mesmo patamar dos nossos heróis de 94.

E aí está a chave. A minha geração foi altamente influenciada pelo Mundial de 94.

Tínhamos 10,11,12,13 anos. Jogávamos à bola em qualquer metro quadrado. Era a altura em que se impressionava as miúdas com os golos, em que se vibrava com os cromos da Panini e em que finalmente começávamos a perceber que existia uma fenómeno chamado imprensa desportiva que elevava o nosso pequeno prazer, que era o futebol, para um patamar de alta importância.

Era, ainda, a altura em que tudo era verdade, em que nos explicavam as funções da matemática e as maravilhas da literatura. Aprender, absorver e jogar futebol era o mais importante.

E chega o Mundial.

Éramos crianças impressionáveis e a descobrir as verdades da vida e, quando ligávamos a televisão, víamos um pequenote de 1.65 marcar de cabeça à Suécia, um búlgaro espetar um livre de 30 metros à Alemanha (na altura, o maior colosso da bola) e um budista (como isso parecia exótico a um rapazinho português de 11 anos!) de rabo de cavalo a levar uma selecção inteira às costas até ser levado ao poste na final.

Ficámos malucos.

Naquele Mundial, conjugou-se uma geração mítica de grandes jogadores com o final da infância da minha geração. Não havia nada mais importante do que aquilo e, para cúmulo, os jogadores que nos impressionavam não o faziam apenas pela nossa ingenuidade mas também porque eram realmente bons.

Hoje, estamos a ficar adultos e olhamos o futebol – se bem que com um entusiasmo cada vez mais infantil – com os olhos críticos da maturidade e da sociedade da informação. Sabemos quem são os jogadores, qual a sua personalidade, as suas motivações, o seu passado, as suas famílias, as suas opiniões e as marcas que lhes pagam a imagem.

Com esta idade e este acesso à informação (até involuntária), os jogadores não são apenas jogadores, são figuras, de quem gostamos ou desgostamos também pelo que são e não apenas pelo que jogam. E, mais, somos adultos, conseguimos comparar-nos e, assim, criticá-los.

Com 11 anos nem queríamos saber! Só contava aquela magia e o Rose Bowl cheio de 120.000 americanos.

E por isso, mesmo que sejam mitos no campo, nunca poderemos venerar Henry como vibrávamos com Romário nem temer o Shevchenko como respeitávamos o Stoitchkov.

Não dá. Já não somos ingénuos, já não vivemos para a bola, já não nos deixamos encantar com aquela ingenuidade despreocupada própria da infância.

Já não queremos ser como eles. Já não podemos ser como eles.

É verdade que, mesmo na nossa idade já adulta, aparece um visionário chamado Zidane que fura tudo o que for preciso porque joga como nunca vimos ninguém jogar.

Mas aquela pureza com que vimos o Mundial de 94 não se apaga e, para nós, dificilmente Baggio e Romário serão esquecidos aos pés de qualquer Zidane ou Ronaldinho.

A fase do espanto já passou e tivemos a sorte de se ter cruzado com esse verão de 1994.

Tuesday, June 27, 2006

"Francesco..

..TO-TTI!"



Così si urla al'Olimpico quando il capitano segna e tutta un città si accosta ai suoi piedi.

Totti è il più grande giocatore italiano della sua generazione e senza dubbio il più ingiustiziato tra tutti i migliori mondiali della decada del 2000.

Senza mai lasciare un club – seppure mitico – di media taglia, senza mai lasciare la sua Roma – alcune volte, Rometta – orfana del suo capitano, Totti arriva ai 30 anni ancora lontano delle grande luci dei palchi di prima linea.

E poi, la sua è una generazione di italiani mediani, che non hanno saputo permettere a questo mago diventare un mito delle competizioni internazionali come fu Baggio.

E il Mondo ha perso, tra le finte di Zidane e i gol di Shevchenko, che per anni furono visti sulle televisioni di tutta parte, la possibilità di vedere le meraviglie di questi piedi magici.

Fortunatamente, io c’era nell’epoca 2003/2004.

Monday, June 26, 2006

Metropolitan Lisbon

Gosto de atravessar a passadeira com o sinal encarnado.

Espero junto dos outros todos, que comigo aguardam embaraçosamente a licença de poder seguir com as suas vidas, de um lado e de outro da estrada. Os carros voam à nossa frente e nada nos resta senão olhar uns para os outros com ar enfadado. Avançar é um perigo, todos sabemos.

De repente, uma aberta. Não se vê nenhum carro num raio de 50 metros. O sinal permanece encarnado, mas todos avançamos seguros do nosso caminho.

Ninguém fica para trás.

Estamos em Lisboa.

Bandeiras

"Um cidadão brasileiro, residente no Funchal, foi obrigado no dia 15 de Junho a retirar a bandeira do Brasil do exterior da sua residência, uma vez que as dimensões desta eram superiores às dimensões da bandeira portuguesa." (DN)

Completamente absurdo e desprovido de sentido.

Sunday, June 25, 2006

Gracias Dios

image: FIFA

Gracias Maxi

image: FIFA

Thursday, June 22, 2006

Scolari

Scolari,


Antes que voltes a ser campeão do Mundo (embora eu ache que não vais ser) e o país inteiro te aplauda pelo grande homem que és, deixa-me que te diga – talvez já tardiamente – que desde o primeiro dia que puseste o pé em Portugal apoiei incondicionalmente a tua permanência no cargo de seleccionador nacional.

Quando torceram o nariz por seres brasileiro, defendi o campeão do Mundo que eras e como isso era um privilégio para Portugal.

Quando disseste, na primeira entrevista, “aqui as coisas são à minha maneira. Quem quiser, fica. Quem não quiser, sai.” e muitos portugueses se irritaram com a tua arrogância e com a prepotência com que parecias estar disposto a abdicar de alguns craques mal-educados em prol do que (sabia-o já eu na altura) viria a ser um grupo coeso, citei-te em todas as conversas como um exemplo de treinador.

Quando perdeste e empataste jogos particulares antes do Euro e a imprensa pôs em questão a tua qualidade, lembrei que um grupo não se constrói em dois dias e que um treinador campeão do Mundo merece o benefício de qualquer dúvida, especialmente quando teve de transformar um circo de malabaristas (com muito jeito) numa equipa de futebol.

Quando deixaste o melhor guarda-redes português que já vi a jogar de fora dos convocados, aceitei incondicionalmente a tua decisão soberana de quem conhece os jogadores e as suas personalidades. Sabia (e sei) que o cargo que ocupas é de uma tão grande responsabilidade que, se te expunhas de forma tão dura à opinião pública, era porque tinhas (e deves continuar a ter) uma razão válida para o fazer.

Compreendi, e tentei fazer os outros compreender, que a melhor equipa pode não ser a equipa com os melhores jogadores.

Quando, de longe, vi como perdeste com a Grécia, aplaudi-te com a certeza de que aquele era um erro de percurso, porque sabia que tinhas um esqueleto montado e que mesmo as melhores máquinas têm problemas a aquecer o motor.

Quando, também de longe, vi o Europeu único que a nossa equipa fez, foi a ti que atribuí os louros de transformares uma geração brilhante mas perdedora numa geração brilhante e vencedora, muitas vezes contra a opinião de milhões.

Quando “perdeste a final”, congratulei-te por teres passados os grupos, ganho os quartos e ganho as meias, algo que eu nunca tinha visto nem sonhado ver Portugal fazer, se me tivessem perguntado uns anos antes.

Quando, depois, estava indecisa a tua permanência, torci para que ficasses. Acredito em projectos, e no futebol os projectos não são de curto-prazo.

Quando empataste no Lichtenstein e se começaram a esquecer do Europeu, a mim só me vinha aos olhos a tua imagem a correr com a bandeira portuguesa numa mão e a brasileira na outra.

Quando demos 7-0 à Rússia, não precisei de dizer nada. Parecia que afinal já gostavam de ti.

Quando, já brilhantemente qualificados para o Mundial, ouvi na imprensa que contigo não tínhamos hipóteses de ir longe, torci para que não desses ouvidos a esta opinião pública incompetente, totalmente desmerecedora (sempre o disse) de um treinador como tu. Perguntava-me, e ainda pergunto, como podes tu ser treinador deste país de ingratos.

Quando dirigentes do Norte e do Sul te atacaram pelas tuas escolhas, ri-me do seu ridículo.

Quando não lhes respondeste, ri-me da tua intransponibilidade.

Quando a Inglaterra te quis ir buscar, esperei que não fizesses o melhor para ti, que seria sair de Portugal – felizmente, os ingleses também não compreenderam o que tu vales.

Quando deixaste o Quaresma de fora dos convocados, entristeci-me por não o poder ver jogar no Mundial mas apoiei e compreendi a tua opção pelo grupo e – em vão – tentei explicar às pessoas que, para além do Simão, do Cristiano e do Figo, o próprio Miguel podia fazer de extremo e que o Quaresma seria um quinto e desnecessário jogador para essa posição. No entanto, continuo a achar que ele é um grande jogador.

Quando convocaste o Costinha e o Maniche e a imprensa te caíu em cima, expliquei a quem quis ouvir que a força de um grupo não se mede pelos jogos de uma época.

Quando ganhaste contra Angola, nem reparei que o jogo tivesse sido mau.

Quando o Costinha e o Figo – que, sei-o, não foi fácil de domar – te vieram louvar publicamente, recostei-me na cadeira – finalmente, depois de tantos anos! – e descansei sobre a certeza de que, agora, é impossível atacar o trabalho que fizeste ao longo destes anos.

Passaram 8 dias, fizeste jogar 19 dos 20 jogadores de campo em 3 jogos, ganhaste ao Irão e ao México e qualificaste a nossa selecção para os oitavos-de-final de um Mundial.

O povo português esquece rápido – tão rápido, que não deve saber que desde há 40 anos que isto não acontecia.

Mas eu estou cá para te aplaudir, quer sejas eliminado pela Holanda quer sejas campeão do Mundo.

Porque a tua maior obra e a tua maior herança não são taças – mesmo que as ganhemos – mas as memórias que sempre me acompanharão, de ver a selecção portuguesa jogar como a brasileira: magia nos pés e sorriso na cara.

Wednesday, June 21, 2006

Team Sweden

image: FIFA

One of my favourite moments of this World Cup. Freddie Ljungberg scores against Paraguay and team-mates Larsson and Allback turn to each other in a spontaneous moment of pure joy.

Tuesday, June 20, 2006

150 million for Klimt


This painting by Gustav Klimt has yesterday been sold for no less than 150 million USD, that is, about 105 million Euro.

Part of it is made of pure gold, which in part explains the price.

I have previously posted my admiration for a Frida Kahlo's "Raices" price of 5,6 million USD in an auction a month ago..but this is 30 times more!

It's fair to ask: is this painting more beautiful or artistically perfect because of the price it was sold for? It is for sure worth that money, because things are worth as much as the market (the buyers vs. the sellers) values them; but the question is: is the painting's beauty or the painter's geniality proportional to the value that the market attributes to the painting?

Is this painting 30 times better than Kahlo's "Raices"?

By the way, this is a portrait of a lady, married to a millionaire and lover to the painter Gustav Klimt. The painter was payed by the millionaire for this job. So while the millionaire thought he was paying for a paiting, the truth is he was opening the door of his house to the man that would sleep with his wife and, dramatically, paying him for that.

At least, all that is now worth a lot of money to the heirs.

..na atitude tão clara e tão óbvia, de quem anda a engan(t)ar..

Adoro o campo, as árvores e as flores
Jarros e perpétuos amores
Que fiquem perto da esplanada de um bar
Pássaros estúpidos a esvoaçar

Adoro as pulgas dos cães
Todos os bichos do mato
O riso das crianças dos outros
Cágados de pernas para o ar

Efectivamente, escuto as conversas
Importantes ou ambíguas
Aparentemente sem moralizar

Adoro as pêgas e os padrastos que passam
Finjo nem reparar
Na atitude tão clara e tão óbvia
De quem anda a engan(t)ar

Adoro esses ratos de esgoto
Que disfarçam ao pilar
Como se fossem mafiosos convictos
Habituados a controlar

Efectivamente gosto de aparência
Imponente ou inequívoca
Aparentemente sem moralizar

Efectivamente gosto de aparência
Aparentemente sem moralizar
Aparentemente escuto as conversas
Efectivamente sem moralizar

Efectivamente…sem moralizar
Aparentemente…sem moralizar
Efectivamente


GNR - Laranja Amarga [até o título é bom!]

Mechanics

image: FIFA

Monday, June 19, 2006

Wild beaches and fireflies


Cordoama is a wild beach in southern Portugal. Wild beaches in the portugese coast are murderly being sold to the frenetic frenzy of the creation of value. But Cordoama's rawness is worth more than 1000 tourists.

"We're constructing tourist facilities.." - they say - "..with quality."

What is quality?, I ask. What building or fancy restaurant can pay off a cheese sandwich on Cordoama's silent sands?

That's what I call quality.

Quality is to be able to choose between being alone or not.

Let's keep our beaches as they are.

No artificial constructions. No "quality" tourism. No appartments. No villas.

Genuinity. Seagulls. A reggae song as the sun goes down.

Thursday, June 15, 2006

Million-dollar question

Is this David Beckam or Louis XIV?!
image: FIFA

Ronaldinho harassed

What if he was good-looking?


image: FIFA

Gnarls Barkley



It's good.

And the brits like it.

image source: Wikipedia

Correction

The omission of Red Hot Chilli Peppers from the previous list was obviously unintended.

Wednesday, June 14, 2006

Born in the 2000's - my hot pics

The Strokes


These are the hottest bands and side projects showing up in the 2000's

Bloc Party
Box Car Racer
Coldplay [even though the first album was released November '99]
Franz Ferdinand
Interpol
Ladytron
Scissor Sisters
The Arcade Fire
The Bravery
The Killers
The Postal Service
The Strokes

These are the best survivors of the 90's keeping up the good form in the 2000's

Blink-182
Death Cab for Cutie
GreenDay
Moby
Modest Mouse
Placebo
Snow Patrol

Otto Pfister - saltimbanco da bola

Aqui está um aventureiro. Isto são vidas que deixem marcas. (E pegadas no pó).


Otto Pfister was one of the first German coaches, along with Peter Schnittger and Eckhard Krautzen, to head for Africa. Before he began his travels, however, he plied his trade as a player in Switzerland, enjoying a modest career with Chiasso and Grenchen before taking the step into player-management.

His first post was with Liechtenstein’s FC Vaduz, before returning to Switzerland for spells at no fewer than four clubs. The year 1972 saw him head south and make Rwanda the first step on his African adventure. He spent four years in the country, laying the foundations for the development of the national team. He then went on to do similar work in Upper Volta, or Burkina Faso as it is now known, from 1976 to 1978.

Senegal would be the third stop on his African tour, where his discipline and experienced coaching methods saw the country make a great deal of progress. He was to stay there for three years, before the lure of Côte d’Ivoire proved too strong. He repaid his new employers’ confidence in him by taking the country’s youth team to the FIFA World Youth Championship in 1983 in Mexico.

A couple of years on and the travel bug had taken hold of Pfister once more, with Zaire (now Congo DR) his destination in 1985. He spent four years trying to restore the 1974 African champions to their former glories, and was responsible for unleashing a new generation of ‘Leopards’, including Eugene Kabongo, Gaston Mobati, Panguy Merikani and Mutumbile Santos, all of whom took part in the CAF African Cup of Nations 1988.

Pfister was head-hunted once again in 1989, and this time it was Ghana who came calling. Within two years, he had guided the country’s youth team, known as ‘The Black Starlets’, to an incredible victory at the FIFA U-17 World Championship in Italy. The following year, he steered the full national side to the final of the CAF African Cup of Nations in Senegal.
Continental shiftAfter spending nigh on a quarter of a century in Africa, Pfister decided it was time for a change, and he made the move to Asia. From 1995 to 1997, he coached Bangladesh, before going on to Saudi Arabia.

His heart still belonged to Africa, however, and by 1999 he was back in his favourite continent, this time concentrating on club football. He won the African Cup Winners’ Cup in 2002 with Egyptian club Zamalek, and also had spells with Club Sportif Sfaxien (Tunisia) and Al-Masry (Egypt).

The 2006 CAF African Cup of Nations in Egypt, where Pfister was based at the time, would give the German tactician the ideal opportunity to get back into international management. Togo, under Nigerian-born coach Stephen Keshi, were struggling, and they decided to bring in Pfister some 100 days before the country's participation in their first ever FIFA World Cup.

With his in-depth knowledge and experience of African football, not to mention his vast success, his avuncular managerial style and fondness for open, attacking football, he looks to be the ideal man for the Togo job. At the age of 68, and with the chance to prove his worth back home in the country of his birth, this summer’s tournament may well prove to be the crowning moment in Pfister’s long and varied career.

no site do Mundial

Monday, June 12, 2006

A solidão de Figo

Em vão procurei pela Internet uma fotografia do momento em que Figo cai para trás e vê a bola que passou chegar a Pauleta, que a meteria na baliza.

Tudo ali é beleza e solidão.

A arrancada das suas pernas veteranas, ainda capazes de vencer um defesa veloz e levantar estádios, a fé com que passa a bola por lado e o corpo por outro, o braço direito que, como sempre fez, passa em arco sobre o adversário para acabar à frente dele, sinal inalienável de que esse obstáculo já ficou para trás; depois, num gesto que tem 15 anos de idade - sempre comigo a aplaudir comovido - um passe, uma entrega despojada para que outro marque e voe de braços abertos.

Aquele momento suspenso em que Figo cai, vergado pela força da idade, e vê, do chão e em suspense, a cara marcada pelo esforço, o colega marcar golo, a forma como se levanta, já sem a agilidade de outrora, e se junta aos colegas para festejar um golo que construíu e cujos louros, como sempre, não colhe, representa o mais bonito que alguém pode ver em futebol: o esforço incondicional de um velho guerreiro.

O momento em que cai, exausto da arrancada que faz, e observa, suspenso e em esforço, que Pauleta conclua em golo o seu sacrifício de velho capitão, é o auge da sua solidão e, ao mesmo tempo, a prova final de que - como disse o General McArthur no seu discurso de despedida - os velhos soldados nunca morrem.

Thursday, June 08, 2006

Uma Pinhada


Um comentário engraçadinho na edição online do Jornal de Negócios. Tenho dúvidas quanto ao conteúdo, mas a nova palavra e a clareza da linguagem são uma maravilha.

Monday, June 05, 2006

Um crime por resolver

in Público, 5.6.2006

Estou espantado. Apesar das boas notícias que evidentemente nos agradam, pela extinção do fogo, pergunto-me como será possível um espinhaço provocar um incêndio. Deve ter sofrido muito, este pobre cão, já que para além da dor de ter espetado um espinho na pata ainda ardeu de uma ponta a outra. Realmente, há que ter cuidado com o que pisamos.

Mas para além disto, pergunto-me como se terá o espinho incendiado..é verdade que, sendo um espinho, provavelmente é feito de matéria vegetal (suponhamos que era um espinho de rosa ou mesmo uma lasca de madeira) e, como tal, arde facilmente. Mas como começou exactamente o espinho a arder? Onde é que o nosso pirómano cão meteu a pata, para a incendiar? (A única certeza que temos é que não meteu...a pata na poça...já que isso teria apagado um fogo, ao invés de o despoletar).

É muito estranho este caso do espinho do cão.

Talvez possamos procurar ajuda na descrição do espinho em si. Diz-nos o "Público" que se trata de um espinhaço - tratava-se, portanto, de um espinho grande, talvez até muito grande. Um espinho grande sugere que talvez não estejamos aqui a falar de um pequeno parasita orgânico alojado na pata do cão, mas de um pedaço de madeira de tamanho considerável. Eventualmente, poderia ser até maior do que a própria pata..

Será?

E depois temos “do cão”. Isto é, não se trata de um “espinho no cão”, mas de um “espinhaço de cão” – algo que, portanto, acompanha frequentemente e não apenas ocasionalmente.

Ora isto abre-nos um sem número de hipóteses, entre as quais uma que poderá ser a chave da nossa pesquisa – e se o cão em questão não estivesse vivo na altura do incêndio, e fosse apenas um cão de plástico ou um cão embalsamado? Por exemplo, um fiel amigo de muitos anos que a família decidiu conservar entre si, por exemplo embalsamando-o.

Não me ocorre melhor lugar para conservar um amigo embalsamado do que perto da lareira, onde a família se reúne com intimidade.

E – pressinto que estamos a chegar a uma solução! – questiono, como pode um cão embalsamado aguentar-se de pé? Não pode!

Um cão embalsamado precisa de uma base - uma base de madeira, por exemplo, ou, se quisermos..um espinhaço de madeira!

E lá está! O que provocou o incêndio não foi um espinheco de rosa num pobre rafeirito!

O incêndio começou quando uma rabanada de vento rebentou com as janelas da casa da família do cão embalsamado, atingindo com a sua força o pobre animal que – colocado sobre a lareira – foi cair à beira da mesma. O impacto da queda fez a base deslocar-se do animal e cair exactamente dentro da lareira com o efeito de uma bola de bowling: os troncos ardentes saltaram para fora, incendiando aos poucos o tapete, e daí as cortinas, os tectos de madeira e o resto da casa, até que nada restasse senão cinzas, uma notícia no “Público” e uma investigação virtual completamente idiota.


(também em Espontaneidade)

Nem acredito no que tou a ler..

www.thestrokes.com

Sunday, June 04, 2006

Eis um monólogo de MSN em que era suposto eu ter participado


Ele:
tao pa!
Eu:
grande [nome dele]
Eu:
como e!
(termina aqui a minha participação)
Ele:
é cansado
Ele:
lol
(como não perguntei porquê, ele decide explicar na mesma:)
Ele:
tou a bulir
Ele:
n dormi nada
Ele:
e hj tb ja n vou dormir
Ele:
so mesmo amanha
Ele:
provavelmente o dia todo
(Aqui, eu deveria ter mostrado alguma pena. Arrependo-me de não o ter feito. Ele, desistindo de esperar por comentários meus aos seus desabafos, decide partir para o ataque:)
Ele:
é tu..
Ele:
td fino?
(Face ao meu silêncio, não lhe resta alternativa:)
Ele:
bom tenho q ir
Ele:
hasta luego
(Neste momento, abro a janela dele. Tarde demais)

Até logo, meu caro, espero que tenhas um bom trabalho!!

Friday, June 02, 2006

Which way is Wall Street?

This is a brilliant cover.


However, it's even better than it appears to a graphic eye.

Let me explain (as no one is obliged to know this): The Economist is a prestigious international economics and politics magazine, Wall Street is the World's financial trading centre, in New York, and a bear market means that investors are not confident on its performance and, therefore, the market falls and people lose money - which is what is happening these days in markets around the World.

So this cover is a piece of art.

O Sol da Lua brilha na Terra


"A proposal has been made for a fleet of orbiting satellites that would reflect solar energy down to Earth 24 hours a day. But now a University of Houston professor, David Criswell, has gone one step further with the idea of harvesting solar energy on the moon and transmitting it to Earth.

According to news reports Criswell's lunar solar power (LSP) system would comprise 20-40 lunar power bases, constructed using raw materials found on the moon, which would collect solar energy and convert it into microwaves. In turn the microwaves would be transmitted to Earth for collection and conversion into electricity. Criswell estimates that harnessing just 1% of the solar energy on the moon and directing it toward Earth could replace fossil fuel power plants on Earth."

in ESI Africa

Quis ser o primeiro português a dar esta notícia.

Se calhar quando isto realmente acontecer, daqui a uns anos, posso mostrar este blog e dão-me luz do Sol grátis, por ter sido um entusiasta desde o primeiro dia. Ou, se calhar, isto nunca vai acontecer por falta de rentabilidade, de capacidade técnica ou mesmo de Sol.

Aliás, agora que penso nisso..as fotografias da Lua têm sempre um céu escuro! Onde é que estes gajos vêem Sol na Lua? Isto afinal é uma tanga. E eu que vim para aqui publicitar a notícia todo contente!

Mas agora é tarde demais para tirar. Vou acreditar.

O Sol da Lua vai brilhar na Terra.

Um produto inovador

Acabei de receber este mail. Mais uma vez, não acredito no que os meus olhos lêem. Acho que estão a vender Mercedes, em vez de sacos de papel. Mas não digam a ninguém, essa parte está escrita em código.

"Estimado Cliente

Bom Dia. Hoje passamos a divulgar um dos produtos que fornecemos e que prima pela sua grande variedade de modelos e acabamentos: o saco de papel.
Em anexo enviamos uma imagem com um dos possiveis modelos standard, contudo existem inumeros modelos, os quais podem ser devidamente personalizados.
Consulte o nosso site em
http://www.jump.com.pt/ para mais exemplos, temos desde o saco de papel mais simples ao mais luxuoso.

Votos de uma excelente semana de trabalho.

Com os melhores cumprimentos,

Jump - Promotional Brand Consulting"

Como nota final, admito que passar este mail para aqui está a divulgar uma publicidade absurda, mas é para o bem dos leitores. Se alguém da empresa se indignar, tem bom remédio: pare de me mandar mails, porque eu não pedi a ninguém para receber publicidade no meu mail pessoal.

Thursday, June 01, 2006

Zapatero vs. Joker

www.soniguales.com

Plain bread for Rafa Nadal!


This is so good, it can't be true..

Here's what Rafael Nadal has to say about his diet (my bolds):

"Also, people have asked me about my diet. I don't have a special diet but obviously I have to take care with what I eat. I eat pizza, pasta and meat. One thing I don't like is tomato. Even with pasta I prefer to have it without tomato. Also, I don't like cheese. Some people tell me I will like it when I get older but for the moment I don't like it."

Oh, COME ON!!

Bloc Party em PortugaL!!

Em Paredes de Coura, este Agosto de 2006. Finalmente!