Thursday, August 31, 2006

Trondheim, Noruega (ou: nem tudo o que parece, é)


Janelas reflectem o sol da madrugada
Omitindo, mudas, as vidas atrás de si;
Aquecem, cerradas; e em mais uma alvorada,
Nadando, espelhadas, na água acalmada,
Anseiam, felizes, pelo vento que já lhes sorri

Monday, August 28, 2006

This Modern Love (BP '05)

Don't get offended,
if I seem absent minded
Just keep telling me facts,
and keep making me smile at

And don't get offended,
if I seem absent minded
I get tongue-tied

Baby, you've got to
be more discerning;
I've never known
what's good for me
Baby, you've got to
be more demanding

I'll be yours

Sunday, August 27, 2006

Give Up (The Postal Service, 2003)

They will see us waving from such great heights,

"Come down now!" - they'll say..

But everything looks perfect from far away..!

"Come down now!!"

But we'll stay!

Thursday, August 24, 2006

Onde é que nasceste?

Hoje passei por uma velha mendiga que, sentada à saída do metro, segurava um cartão com a seguinte frase:

Ajudem-me por favor!
Sou Portuguesa


Questiono-me sobre qual o valor da nacionalidade, perante uma pessoa que tem fome e frio.

Wednesday, August 23, 2006

Taking a break in Paraguay

Truck drivers take a break on their way to Asunción.
The cotton could wait for another goal.
Louis Mazzatenta for National Geographic (Paraguay, 1981)

Tuesday, August 22, 2006

Monday, August 21, 2006

"Sísifo", Miguel Torga

Sísifo


Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

Friday, August 18, 2006

Hotéis de cinco estrelas

"O Ministério da Economia vai centrar as suas energias no próximo ano na captação de investimento hoteleiro altamente qualificado para o Algarve. A garantia desta prioridade é feita pelo próprio ministro, Manuel Pinho, que diz que depois de uma captação de investimento directo estrangeiro no valor de 12 mil milhões de euros, é altura de promover outra primazia na sua governação: «O turismo vai ser a minha próxima prioridade. Quero atrair em 2007 muitos hotéis de cinco estrelas para o Algarve», afirma Manuel Pinho." diz o Jornal de Negócios hoje.

Ao que parece, faltam camas no Algarve..!!

Thursday, August 03, 2006

Agassi and Olympics



After winning the 1996 Atlanta Olympics' tennis gold medal, now almost retired tennis legend Andre Agassi said:

“To win a Grand Slam in the sport of tennis is the biggest thing you can accomplish inside your sport, but the Olympics is the biggest thing you can do in all sports. It's a small part of an amazing moment, a small part of an event that is a once-in-a-lifetime experience. To win a gold medal is what it’s all about."

This amateur way of feeling sport is what makes great professionals.

Thank you Andre, for your tribute to sport in the last 18 years.

Quote and image: ATPtennis

Ricardo Sousa

Comenta alguém chamado "Ricardo Sousa", no Abrupto, blog do Pacheco Pereira:

"Confesso que me incomodam alguns comentários de leitores do Abrupto que na minha opinião fazem uma leitura muito ligeira do que se passa no Líbano. Como se vê pelos vários comentários, opiniões e “notícias” é cada vez mais difícil a uma Democracia fazer a Guerra. Há até quem defenda que a barbárie não depende dos actos, mas antes da condição de quem os pratica.

Pode hoje um regime democrático defender-se de um ataque terrorista? Ou de uma acção militar? Sabemos que qualquer guerra implica actos violentos, bárbaros, massacres se quiserem e quase sempre provoca vitimas inocentes e que nada têm a ver com o conflito. Houve demasiados exemplos durante o século XX para que alguém ache que uma Guerra pode não ser assim. É por isso legítimo colocar a questão; pode um regime democrático cometer actos de barbárie mesmo em legitima defesa? Se pode, então há quem questione se de facto o regime é ou não democrático; se não pode, então a democracia está impedida de existir quando é atacada.

A resposta à questão parece-me evidente. Uma Democracia deve poder defender-se com todos os meios ao seu alcance quando é atacada. Não obstante tentar evitar ao máximo atacar quem nada tem que ver com o conflito, sabe contudo, que quando inicia a sua defesa vai inevitavelmente causar sofrimento, cometer barbaridades e com probabilidade elevada vitimizar, massacrar inocentes. É isto a Guerra.

É importante que não nos esqueçamos destes “detalhes” quando nos apressamos a condenar Israel pelos ataques ao Sul do Líbano. Têm sido usados os mesmos adjectivos para analisar os actos terroristas do Hezbolla, que matam inocentes de forma deliberada, dos ataques de Israel às posições do grupo terrorista que mata inocentes de forma acidental. Só espíritos malévolos e pouco dados à análise concluem que Israel atacou postos das NU e matou inocentes em Qana de forma deliberada. Como é evidente isso só prejudica a posição política de Israel. Os pressupostos dos ataques do Hezbolla e de Israel não se confundem. Os primeiros visam o terror e o extermínio e por isso o objectivo principal é atacar alvos civis; os segundos têm como objectivo criar uma zona tampão que evite os bombardeamentos às cidades do Norte de Israel e por isso actuam sobretudo sobre as posições do grupo terrorista. O que também toda a gente conhece é que o Hezbolla se refugia junto de civis para evitar os ataques do exercito israelita. Só isto já demonstra o carácter sinistro deste tipo de actuação, que para tirar dividendos políticos não se importa de pôr em risco as populações compatriotas."

Uma certa classe de gente

UE, Espanha, Brasil, e os já esperados Venezuela e Bolívia enviaram mensagens de melhoras a Fidel Castro, diz o Público de hoje.

E eu a pensar que a malta queria era que ele morresse.

Concordo mais com o Governo americano, aqui citado pelo mesmo jornal: “Não há qualquer alteração do status quo. O ditador passou o poder para o guarda da prisão. Raul quer impor-se ao povo cubano, tal como o irmão o fez. Por isso não há nenhuma intenção [dos EUA] de fazer qualquer gesto de aproximação."

Isto está em alguma dissonância com a posição da UE: "rápidas melhoras a Fidel Castro e à democracia cubana."

A UE deseja, portanto, as melhoras a Fidel. E à democracia cubana. Coerente?

E, para além de incoerente, que sentido faz apoiar intervenções pró-democráticas pelo Mundo fora (excepção à entrada no Iraque) e depois desejar as melhoras ao maior anti-democrata dos nossos dias (empatado com o amigo Kim)?

A figura do político europeu está a cair na vergonha, na incoerência e no clientelismo máximo. É mais ou menos: “Volta Fidel. Somos teus amiguinhos. Gostamos de charutos. Mas também gostamos de democracia, não te esqueças.”

Então? Em que ficamos? Apoiamos este gajo ou não? É que se sim, nunca pareceu e, se não, queremos é que ele apodreça no hospital!!

Independentemente desta minha surpresa com a posição da UE (e da Espanha, e de outros que terão enviado o seu telegrama), é esta mesquinha preocupação tão diplo-democrática em agradar a gregos e a troianos que me enerva.

Não há leadership, não há um rumo, não há coerência nas posições públicas. O político que quer sobreviver tem de dar com uma mão e tirar com outra, tem de utilizar com mestria o “mas”, “porém”, “no entanto”.

Que nojo me faz esta classe.

"Queremos que voltes. Mas também queremos que sejas um democrata liberal."

Toda a gente sabe que isto não é possível, mas compra votos à esquerda ("as melhoras, Fidel") e à direita ("as melhoras, democracia").

E se o que os eleitos fazem é procurar a reeleição, para que os elegemos?

Se calhar, mais valia ter um Fidel. Pelo menos, sabíamos com o que contar.

As melhoras.

Wednesday, August 02, 2006

Alexandre Brandão da Veiga in Jornal de Negócios


Não sabia quem ele era até hoje, mas aqui, no Jornal de Negócios, estão uma série de artigos fascinantes de Alexandre Brandão da Veiga, onde a história e a política se cruzam com a sociologia e a economia, em cínicas análises semanais sobre guerra e paz.

É capaz, por exemplo, de algo como isto:


"(...) Qualquer tonto que opine sobre a política internacional tem sempre uma coisa na boca: o petróleo. Pouco higiénico estomatologicamente, e produto demasiado inflamável para a sua capacidade de combustão sináptica.

Ora bem, vejamos com cabeça fria o que é este conflito israelo-árabe. Uma terra miserável, sem petróleo, com uma quantidade de população completamente irrelevante. Nem sob o ponto de vista agrícola é rica, não fora o forte investimento israelita na matéria. Realmente, que importância tem uma terreola como esta? Os cultores das petrolíferas teorias onde encontram eles justificação para a importância que eles mesmos dão a este conflito?

Pode-se dizer que há motivos objectivos que lhe dão importância. A expulsão de palestinianos, espalhados sobretudo pela Jordânia, em parte Israel, uma situação explosiva portanto. No entanto, outras situações não menos explosivas existem no mundo que não nos movem tanto. Os curdos estão espalhados não por duas áreas, mas por quatro (Turquia, Irão, Síria, Iraque). São muitos mais que os palestinianos, e de certeza muitos mais que os judeus e podem pôr em causa a integridade territorial de quatro países em muitos aspectos mais relevantes que Israel.

Ah, mas Israel é muito poderoso e move muitos interesses, contra-argumenta-se. Mas se é assim então menos importância ainda deveria ter o conflito. Se de um lado está um povo irrelevante económica e demograficamente de outro lado um povo poderoso ninguém deveria falar no assunto. É o que se passa com o povo curdo, muito mais importante que o palestiniano, mas esmagado por quatro potências que o subjugam. (...)"


Vale a pena dar um salto todas as semanas, e ler os artigos passados, na coluna da direita.

Pessoalmente, estou entusiasmado com a descoberta de um opinionista deste calibre na imprensa portuguesa.

http://www.negocios.pt/default.asp?SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=278034

Tuesday, August 01, 2006

Alguém disse: "...

Não interessa se concordo - nem sei se concordo! - mas isto literariamente é uma pérola, para além de uma verdadeira ode à liberdade de expressão!

Escreve Eduardo Prado Coelho, hoje, num post scriptum à sua coluna diária no Público:

"Ouço Alberto João Jardim no Chão da Lagoa. Quando é que alguém cala este energúmeno e seus acólitos? Dêem independência à Madeira e deixem de pagar as dívidas vergonhosas destes território. Eles que as paguem. E ensinem o Alberto João que aquela linguagem é própria de um carroceiro."