Eu não vejo utilidade nenhuma do Santa Lopes para o país e ainda por cima acho que ele é um excelente político, ou seja, que devia estar o mais longe possível de cargos políticos de responsabilidade.
Acho-o pedante, amante da ribalta, demagogo, retórico, oportunista e sedento de poder, se bem que obviamente inteligente e desembaraçado.
Basicamente, expresso a minha antipatia política por Santana Lopes (e por todos os outros políticos de carreira) antes de lhe dar os parabéns por esta louvável atitude e dignidade.
É verdade que este homem tem direito ao maior rácio "importância sobre tempo de antena" de toda a vida política portuguesa (excepção feita ao Pacheco Pereira, mas esse pelo menos acrescenta valor ao debate), é verdade que gosta do conflito, que gosta de se vitimizar, que gosta de ser o herói do dia, que gosta da ribalta, que deve estar todo contente por andar a ser clickado no Youtube e que, por certo, está deliciado com toda esta "solidariedade" pública à sua volta, nomeadamente até de uma parte da classe jornalística portuguesa.´
É verdade, portanto, que uma parte do seu comportamento na tal entrevista pode ser visto como populista e oportunista.
É verdade, até, que ele não precisava de ter esperado que a câmara o voltasse a filmar para anunciar que iria abandonar a entrevista - muito mais digno seria despedir-se da jornalista off-the-record e já nem estar sentado no estúdio quando o directo do Aeroporto tivesse terminado.
No entanto, para o que ele fez é necessário um tremendo sangue-frio e uma enorme dose de confiança, porque assumiu - muito à não-portuguesa - uma postura firme e inabalável e ainda para mais abriu uma má relação com um muito poderoso órgão de comunicação à massa eleitoral portuguesa.
Eu gosto de acreditar que, por uma vez na sua vida política pública, o Santana Lopes pensou como Homem e não como Político. E nem me importo que ele tire dividendos políticos disso, pré-meditados ou não. (Eu, em todo o caso, antes voto em branco do que nele.)
Faz falta em Portugal que se assumam posições em público, que se defendam valores e que se proteja a dignidade própria, especialmente em personalidades políticas. Faz falta que alguém se levante e diga "prefiro não falar, do que falar em condições terceiro-mundistas". Faz falta alguém que diga, mesmo que não seja, "Desculpe, mas eu sou bom demais para isto. Vai ter de encontrar alguém pior que eu para vir aturar isto, ou então peça-me desculpa."
Faz falta auto-confiança. (Há quem lhe chame arrogância.)
Faz falta o Mourinho.
Alias, já que estamos com a mão na massa: interessa-me muito mais a chegada do Mourinho do que a luta de poder no PSD.
Acho-o pedante, amante da ribalta, demagogo, retórico, oportunista e sedento de poder, se bem que obviamente inteligente e desembaraçado.
Basicamente, expresso a minha antipatia política por Santana Lopes (e por todos os outros políticos de carreira) antes de lhe dar os parabéns por esta louvável atitude e dignidade.
É verdade que este homem tem direito ao maior rácio "importância sobre tempo de antena" de toda a vida política portuguesa (excepção feita ao Pacheco Pereira, mas esse pelo menos acrescenta valor ao debate), é verdade que gosta do conflito, que gosta de se vitimizar, que gosta de ser o herói do dia, que gosta da ribalta, que deve estar todo contente por andar a ser clickado no Youtube e que, por certo, está deliciado com toda esta "solidariedade" pública à sua volta, nomeadamente até de uma parte da classe jornalística portuguesa.´
É verdade, portanto, que uma parte do seu comportamento na tal entrevista pode ser visto como populista e oportunista.
É verdade, até, que ele não precisava de ter esperado que a câmara o voltasse a filmar para anunciar que iria abandonar a entrevista - muito mais digno seria despedir-se da jornalista off-the-record e já nem estar sentado no estúdio quando o directo do Aeroporto tivesse terminado.
No entanto, para o que ele fez é necessário um tremendo sangue-frio e uma enorme dose de confiança, porque assumiu - muito à não-portuguesa - uma postura firme e inabalável e ainda para mais abriu uma má relação com um muito poderoso órgão de comunicação à massa eleitoral portuguesa.
Eu gosto de acreditar que, por uma vez na sua vida política pública, o Santana Lopes pensou como Homem e não como Político. E nem me importo que ele tire dividendos políticos disso, pré-meditados ou não. (Eu, em todo o caso, antes voto em branco do que nele.)
Faz falta em Portugal que se assumam posições em público, que se defendam valores e que se proteja a dignidade própria, especialmente em personalidades políticas. Faz falta que alguém se levante e diga "prefiro não falar, do que falar em condições terceiro-mundistas". Faz falta alguém que diga, mesmo que não seja, "Desculpe, mas eu sou bom demais para isto. Vai ter de encontrar alguém pior que eu para vir aturar isto, ou então peça-me desculpa."
Faz falta auto-confiança. (Há quem lhe chame arrogância.)
Faz falta o Mourinho.
Alias, já que estamos com a mão na massa: interessa-me muito mais a chegada do Mourinho do que a luta de poder no PSD.
4 comments:
Não vi o episódio mas acho que PSL teve muito bem e concordo com a sua atitude.
Espanta-me uma coisa:
Que perguntas fizeram ao Mourinho quando chegou?
- Onde é que vai passar férias?
- Onde é que vai gastar os milhões?
- O que é que pensa fazer?
QUAL O INTERESSE DISTO!
A pequenez dos portugueses é exactamente aturar e engolir este tipo de merdas, ou deixa-las passar ao lado, sem se dar ao respeito.
A Sic noticias esteve terrivel mas o ter de competir com a tvi dá nisto.
No limite, a culpa ate e dos portugueses em geral porque o alinhamento é feito a pensar neles. Os mesmos que agora tambem estarao do lado do Santana Lopes que se calhar ainda vai ter a sorte duma ressureicao politica gracas a este rasgo de dignidade.
Brio e algo que faz falta em Portugal
Não sei se relacionaria o episódio do PSL e as características do povo português.
Não sei se é assim tão simples e representativo, mas reconheço que são capazes de ter alguma razão.
Concordo, no entanto, que o PSL fez bem. Fez o que devia ser feito.
Faz-me é confusão (e não vou na conversa do MC da competição com a TVI) é a falta de nível e de autocrítica dos media nacionais.
No primeiro jornal da Sic Notícias depois do episódio, aparece uma nota editorial sobre o sucedido a dizer que o comportamento do Santana Lopes è injustíficavel e que a Sic Notícias iria manter a sua linha editorial.
Custa-me que eles não reconheçam que não faz sentido nenhum interromper uma discussão sobre o estado (deprimente diga-se) de um dos dois maiores partidos portugueses para fotografar um treinador de futebol a chegar.
É uma clara falta de peso e medida.
Isto claro, alarga-se para uma discussão maior, que acho que já tive a oportunidade de ter contigo Luís, sobre qual o papel dos media numa sociedade livre e democrática (acho que tivemos esta discussão aquando do caso Pina Moura).
A minha perspectiva em relação é um bocadinho arrogante. Em linhas muito gerais, acho que nenhuma estação se deve vergar perante aquilo que o público quer (talvez faça sentido substituir o "bocadinho" por "totalmente").
A TV, especialmente nos serviços noticiosos, tem um papel central na democracia e por isso deve esforçar-se por manter o nível, ainda que a maior parte da população pretenda ver o Mourinho chegar.
Por isso, ao ver a última frase que escreveste Luís, apenas posso encará-la como uma extrema ironia.
Eu não ouvi o que disse o PSL, mas não se justifica que se interrompam assuntos sérios com coisas triviais.
Na RTP, PSL não era interrompido.
Ou não devia ser
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