Wednesday, July 26, 2006

O Gabo tinha razão

Surgiu uma notícia hoje no Público que me deixou maravilhado:

Os habitantes de Manna, uma pequena aldeia do estado indiano de Kerala, ainda têm dificuldades em acreditar no que viram: uma chuva de peixes que durante 15 minutos caiu sobre as suas cabeças. “Os peixes caíram do céu. Nem queria acreditar”, contou à AFP o merceeiro V.K. Satheeshan. “Quando cheguei à rua, vi muitos peixes pequenos na estrada. Algumas pessoas agarravam-nos para os pôr em potes”, conta um jornalista local, Rajeevan. A insólita chuva deve-se, muito provavelmente, a um mini-tornado que arrancou os peixes do seu meio natural e os transportou até ali, justifica Godfrey Louis, professor da Universidade Mahatma Gandhi, em Kerala.

Da notícia completa, escrita pela Reuters e reproduzida por todos os meios de comunicação pelo Mundo fora (como se comprova no Yahoo), encontrei ainda o seguinte excerto, no jornal MumbaiNews:

When the clouds broke last Thursday, villagers said they saw small, pencil-thin live fish falling from the sky. "Initially no one noticed it. But soon, we saw some slushy objects on the ground and noticed some slight movement," Abubaker, a local shop owner, was quoted as saying in the Hindustan Times. "I alone collected 30 ice-cold fish of which many died," said the resident of Manna, 20 km (12 miles) from Kannur, in the north of the state.Locals said the fish looked like parals, a common freshwater fish found in lakes and rivers.

Similar reports of objects falling from the sky - including frogs and tomatoes - have been put down to spiralling whirlwinds or waterspouts which suck them up from land or water. They fall back to earth once the wind speed drops and can no longer support them.

As mentes mais cépticas vão achar que isto é uma alucinação colectiva.

Para mim, um leitor apaixonado de Garcia Marquez, é uma notícia real e quase comovente.

Afinal, as flores que chovem nos “Cem anos de Solidão” não são fruto de uma fértil imaginação caribenha, mas o prenúncio de uma excentricidade da Natureza que haveria de vir e se confirmou numa remota aldeia indiana.

Garcia Marquez é Melquíades e, afinal, tinha razão.

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