Monday, August 25, 2008

Antes de passarem pelo Crato, James vao tocar dia 4 de Setembro a Festa do Leitao em Agueda.

http://www.myspace.com/jamesisnotaperson

James, uma das melhores bandas dos anos 90, vao tocar a Festa do Leitao em Agueda.

Deve ser o melhor momento na historia do povo de Agueda, a excepcao do dia em que a primavera chega e o rio baixa, depois das cheias no inverno.

Pela terceira vez, vale a pena repetir isto: James - James! - vao tocar a FESTA DO LEITAO em AGUEDA.

Nao sei se isto deve ser visto como um momento mitico na historia de Agueda, um momento roots na historia de James, ou uma desgraca absoluta na historia da pop.

Saturday, August 16, 2008

Evidentemente, ha uma externalidade no desporto. Campeoes num pais, geram campeoes. Ou, pelo contrario, havera uma pre-destinacao fisica? Isto é um tema fascinante. (Mais um.)
O que levanta outra pergunta: porque e que a meia e longa distancia é avassaladoramente dominada por corredores africanos, nomeadamente de dois paises completamente distintos, o Quenia e a Etiopia?
Com tempo, hei-de me debrucar sobre isto, mas numa primeira analise coloco a pergunta, so: porque e que 6 em 8 finalistas dos 100 metros sao de ilhas nas Caraibas? E espantoso.
Ontem ocorreu-me que a primeira geracao de 1990 faz este ano 18 anos. Nos os de 80 ja nao somos os ultimos adultos. Estamos a ficar velhos.

Thursday, August 14, 2008

Em Africa

"The term whenwe describes former British settlers or expatriates, usually white, known to talk constantly and nostalgically about their former homes in colonial Africa, ie: "when we lived in...". The original 'whenwes' came from eastern Africa, mostly Kenya. Being largely of colonial origin, they went back to the United Kingdom or moved down to Rhodesia in the early 1960s."

http://en.wikipedia.org/wiki/Whenwe

Tem piada. Tambem se nota muito isto quando se fala com portuguseses que viveram em Angola, Mocambique ou Sao Tome. Qualquer conversa com qualquer avó de Lisboa que tenha passado a juventude nas colonias passa sempre pelo..

.."Em Africa.."

E é sempre África. Nunca é "quando eu vivia em Angola", ou "Na nossa casa em Mocambique."

Nunca.

É sempre.. 

"..em África.."..

África.

África.

África.

Sou capaz de repetir isto durante horas.

África.

Nunca, jamais, ou muito dificilmente, vou um dia compreender o que sentem estas pessoas do "em África". Ha uma carga emocional gigantesca, sempre que falam de África. E sempre, sempre, a referencia a "cor da terra", e tantas vezes aos "nossos criados".

Possivelmente, a vida que os senhores coloniais levavam "em Africa" seria dificilmente admissivel aos olhos criticos do nosso Eu social de hoje.

No entanto, fica o registo, a memoria, dos que la estiveram, "em Africa", e de tal forma ficou que, ainda hoje, mais de trinta anos depois, falam dos tempos "em Africa" com uma carga emocional que dificilmente se testemunha em qualquer outra manifestacao de nostalgia.

Enche-me de um fascinio enorme, isto. Quase tenho inveja de nao ser um deles, um "em Africa". Por certo deve ser penoso e dificil pensar nesses tempos felizes, mas que bom deve ser ter vivido tamanha felicidade. Na verdade, falar com um "em Africa" é um dos mais fascinantes prazeres da vida lusofona.

Wednesday, August 13, 2008

Merda

Tou com serios problemas com este video. Custa-me imenso olhar para isto, mas ja o vi umas cinco vezes. Isto é capaz de ser o minuto mais artificial que ja vi. Para ver com atencao. Havera neste minuto alguma palavra dita com sinceridade?

(Atencao ainda aos segundos 3 a 5 do video)

Nao percebo bem o que se anda a passar comigo e com a minha relacao toda com o Poder politico. Eu basicamente nao sinto qualquer tipo de vantagem em ter que obedecer a gente como esta. Entao estes tipos (e está ali gente que influi directamente ns nossas vidas) é que decidem os contornos "macro" da minha vida? Mas esta gente tem alguma coisa mais que eu?

Nao se está a dar poder a mais, a gente que vale de menos?

(Nao me pecam uma alternativa, eu hoje so vi aqui expor o problema. Em relacao a alternativas, ando mentalmente e em debate a procura delas ha alguns anos e vou continuar a procura. Um dia hei-de encontrar uma solucao pacifica para isto tudo. Um dia, como ja disse, vou ter que ser primeiro-ministro. Que chatice pa. Que pincelada. Mas vai ter de ser.)

Monday, August 11, 2008

Eu hei-de ter 50 anos e continuar a arrepiar-me com a entrega das medalhas nos Jogos Olimpicos.

E hei-de ter 80 e continuar a nao chorar porque "nao é de homem".

Sunday, August 10, 2008

Delta Spirit


Eu ja falei aqui de Delta Spirit?



MusicPlaylist

MuSiCa

Nao divulgar uma coisa destas seria tao egoista que passado pouco tempo eu me ia atirar de uma ponte, com peso na consciencia:

http://daytrotter.com/about

EUA

Por razoes de seguranca, os atletas australianos em Pequim foram aconselhados oficialmente a sair a rua equipados, para nao serem confundidos com americanos. Esta noticia lembrou-me os inumeros australianos e canadianos que ja vi com bandeiras estampadas nas mochilas quando viajam, pela mesma razao.

De certa forma, faz pena que uma Nacao com tantas qualidades (EUA) seja tao odiada. É o preco do Poder, poder-se-ia dizer.

Mais vale estar quieto.

Saturday, August 09, 2008

Uniao Africana

Nao percebo esta historia toda da Uniao Africana vir agora falar de promocao de democracia na Mauritania. É como um grupo de alcoolicos vir exigir que os bares parem de vender alcool, ou um grupo de Prositutas se vir publicamente manifestar contra o sexo.

Sera portuguesa?

A Telma Monteiro é uma velha favorita deste blog e, felizmente, volta a mostrar porque, na entrevista que deu no site do Comite Olimpico Portugues. ( http://www.pequim2008.com.pt/a28-telma-monteiro.html )

"Os meus objectivos para Pequim..sem duvida que passa por uma medalha..porque..ja tive a participacao em 2004 onde tambem ambicionava um bom resultado..se correr sem mais nenhum problema, penso que estarei nas condicoes de lutar por uma medalha. Claro que há sempre o ganhar e o perder, mas o pensamento é positivo, e é para ganhar."

É óbvio que nem todos os competidores podem fazer um discurso destes, ja que a maioria nem com pensamento positivo pode ganhar e, quando promete apenas fazer o melhor possivel, nao está a mentir. Por outro lado, é bom ver, para variar, um atleta portugues, quando tem nivel e capacidade para ganhar, assumir que vai tentar fazer isso mesmo.

Ja agora, justica seja feita a Vanessa Fernandes, Nelson Evora e a outros participantes portugueses, que vieram com discursos parecidos.

Quem tiver lido os comentarios do nosso secretario de estado do desporto (laurentino dias) sobre o mesmo tema (no Publico, mas ja nao esta online), pode fazer as comparacoes necessarias e ver a diferenca entre excelencia e mediocridade.

Friday, August 08, 2008

Sugestao de verao

Quando tinha 9 anos, a minha avo comprou-me, na unica tabacaria da rua dos cafes em Sao Martinho, um livro sobre os Jogos Olimpicos. Era uma parceria com a Disney e tinha todas as personagens a explicar todos os desportos, todas as edicoes (ate Barcelona '92) e todos os grandes herois do Ideal Olimpico. Apesar da minha atraccao quase magnetica a esse livro, nao assisti conscientemente aos Jogos de Barcelona, mas segui durante horas e horas os Jogos de Atlanta, Sydney e Atenas. (Lembro-me de um judoca canadiano com 25 anos a competir em Sydney. Tinha comecado a competir 8 anos antes, com 17, precisamente a idade que eu tinha na altura. Nesse momento, respirei pela ultima vez a possibilidade real de algum dia competir nos Jogos.)

Nao sei se por causa desse livro, ou se porque mil e uma circunstancias da vida me fizeram o que sou (seja la eu o que for), nunca nada me emocionou mais do que os Jogos Olimpicos.

Representam para mim o encontro maximo dos povos, a competicao saudavel, o elogio ao merito, ao esforco, a ambicao. Mas tambem, a promocao da competicao saudavel, da batalha justa, da rivalidade regrada. Sao, de certa forma, (e conscientemente), a unica guerra global onde persiste a solidariedade. Muita gente chama a isto o Espirito Olimpico.

Chegaram finalmente os Jogos de Pequim. Para mim, nao estao relacionados com direitos humanos, nem com poluicao, nem com ensaios nucleares, nem com se (a merda d)o Sarkozy e (d)o Bush vao la estar ou nao, e se vao ou nao apoiar seja la o que for. Para mim, os Jogos de Pequim podiam tanto ser na China como em Nova Iorque, em Karachi, em Irkutsk, em Budapeste ou no Vaticano.

Isso nao interessa nada!!!

Os Jogos (de Pequim) vao reunir os melhores desportistas do Mundo numa celebracao unica. Gente que trabalhou durante anos e anos para, alguns, la estar, e, outros, sentir no peito a emocao de ser o melhor entre os melhores na competicao que os reune a todos.

Os Jogos Olimpicos sao uma celebracao da Humanidade. Sao o unico momento na historia moderna onde amostras representativas de toda a populacao mundial se reune com regularidade com respeito mutuo e sem hierarquia.

Sugiro, portanto, e ja vou tarde, uns Jogos sem mais nada senao eles proprios.

Sugiro uns Jogos sem media.

Sugiro vermos o desporto pelo desporto, a lista das medalhas pela lista das medalhas, o elenco de atletas pelo elenco de atletas.

Sugiro deixarmos aos Jogos o que os Jogos sao.

Wednesday, August 06, 2008

Ruanda, ainda, finalmente


http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1337822&idCanal=11

(Em mais detalhe: http://www.lemonde.fr/afrique/article/2008/08/06/le-rwanda-publie-son-requisitoire-contre-la-france_1080678_3212.html ) 

Isto e uma noticia importantissima, a todos os niveis.

Para comecar pelo ponto menos relevante de toda esta importancia, é uma noticia sobre Africa, e nos nos paises desenvolvidos (?) nao temos muitas noticias sobre Africa nos meios de comunicacao mainstream.

Em segundo lugar, é uma noticia importante porque diz, preto no branco (salvo seja), uma verdade que nos custa admitir: a Franca teve responsabilidades determinantes no sucesso do genocidio no Ruanda. Nao na sua planificacao (pelo menos isso nao esta provado), mas na salvaguarda da sua execucao e na proteccao explicita do regime que organizou o genocidio e das milicias que o perpetraram. A accao das tropas francesas durante a Operacao Turquoise foi uma componente essencial e pre-meditada da logistica do genocidio. Poderia escrever muitas paginas sobre isto, mas quem quiser pode fazer o que eu fiz, que é ir a uma livraria e comprar livros sobre o tema. Sugiro o do Gen. Romeo Dallaire e o do Phillip Gourevitch, duas pessoas com uma credibilidade bem menos suspeita do que o defunto Miterrand.

Em terceiro lugar, é importante porque ha um pais africano que apresenta um relatorio credivel e inquisidor a uma potencia mundial. A Franca e membro do G8 e do Conselho de Seguranca da ONU. O Ruanda é uma economia de subsitencia sem acesso ao mar no meio de Africa. Quando o governo do Ruanda (encabecado por um dos lideres rebeldes contra a maquina do genocidio) vem apresentar ao Mundo uma tese acusatoria contra o antigo governo Frances, ha algo na ordem natural das coisas que é abalado. Isto é um desafio diplomatico monumental e arriscado e Paul Kagame, que é um habil rato politico, nunca o assumiria sem a consciencia tranquila dos que defendem causas verdadeiras. A opiniao publica gosta de falar do Paul Kagame suspeito de ordenar o atentado do presidente Habyarimana, e gosta de dizer que isso despoletou o genocidio, mas nao compreende que Paul Kagame nao so é a figura absolutamente central do fim do genocidio como tambem na reconstrucao social do Ruanda pos-genocidio, e um dos maiores promotores de uma Africa independente e orgulhosamente auto-responsavel. (Muito menos compreende que o genocidio ja tinha comecado muito antes do assassinato do presidente Habyarimana, que, alias, era um dos seus defensores.)

Em quarto lugar, isto e uma noticia importante porque esta na hora da opiniao publica ocidental comecar a pressionar seriamente a sua classe politica e tentar compreender, de facto, a verdade por detras dos jogos geopoliticos dos seus governos. Esta na hora de perguntarmos aos nossos governos quanto do nosso bem estar e estabilidade politica é conseguido a custa de paises longinquos, de seres humanos que nao se podem defender das grandes potencias.

E, mais importante do que isso, esta na hora de nos, os cidadados, todos os cidadaos, perguntarmos a nos proprios se, confrontados com uma eventual verdade crua de intervencionismo frio e sanguinario em paises sub-desenvolvidos (que ate agora, nunca ninguem admitiu, apesar das absolutas javardices cometidas pela CIA, por exemplo), estamos confortaveis com isso. O mais importante nao é saber se a Franca suportou o genocidio, o mais importante é saber se intervencoes como esta da Franca sao ou nao toleraveis pelos franceses, em nome do seu bem-estar.

É como a guerra no Iraque: o que esta em causa nao é se a guerra foi motivada para assegurar petroleo aos EUA, para estarem salvaguardados em tempos de escassez. O que esta em causa nao é se o povo americano, agora que os soldados morrem que nem tordos, se posiciona contra a guerra. O que está em causa é se esse povo americano continuaria a desaprovar a guerra, se a alternativa fosse uma industria estagnada e os carros parados.

Por todas estas razoes, esta noticia é importantissima. Mas as vezes, se calhar, eu penso demais nas coisas; diz quem sabe que o melhor é ignorar isto tudo e seguir com a vida, antes que a consciencia pese demasiado.

Tarde demais, para mim. O peso de viver um bem-estar a conta de milhoes de outros comeca a ser insuportavel.

Tuesday, August 05, 2008

high spirits

Os Cold War Kids nunca entusiasmaram a clientela deste blog, mas duvido que alguem alguma vez tenha estado num concerto onde a banda manda apagar as luzes, pega em lanternas e aponta para a cara das pessoas, uma a uma, randomly, para topar se estao a curtir (ou,  melhor, para ver as caras no publico, individualmente, a curtir).

Mas eu vinha aqui hoje falar dos Delta Spirit, que invadiram o palco antes dos Cold War Kids de tal maneira, que ninguem os queria mandar sair. O sucesso foi tanto que voltaram ao parco no fim, a tocar a ultima musica com a banda que supostamente lhes tinha feito um favor.

Streetwalker. 

http://www.myspace.com/deltaspirit

(Porque e verao em Lisboa e no Algarve, e ha que ouvir coisas destas a vinda praia, antes de beber caipirinhas a noite inteira, de manha ao acordar e ao meio-dia a ida para a praia de novo. Se possivel, complementar com um amor de verao.)

(Colunas a menos de meio e proibido, tal como conversas enquanto o cd tocar.)

Sunday, August 03, 2008

Velhos amigos

Lembro-me com uma limpidez sem manchas da primeira vez que vi o Cruzeiro do Sul. 

Estava num descampado no meio da Tanzania, onde acampavamos ao som de macacos e pores-do-sol, e, ao olhar aquele ceu infinito longe de outra fonte de luz que nao a fogueira que crepitava a uma centena de metros, encontrei naquelas quatro estrelas a prova absoluta da minha presenca no Hemisferio Sul. Ou, simplesmente, no Sul.

O Sul - o conceito de Sul - sempre me provocou um entusiasmado arrepio. O Sul, para nos, os do Norte, representa o outro lado, o longe, o diferente de casa. O Sul e quase uma barreira; o proprio Equador, seja la o que for, e uma barreira. Ha algo de romantico e distante no Sul, sempre houve, pelo menos para mim. Algo fascinante, secreto, frio. Sempre imaginei o meu Sul com vento e ondas grandes; e misterios de la, a minha espera.

Uns meses mais tarde, voltei a ver o Cruzeiro. Estava num barco no coracao do rio Amazonas com o meu amigo Duarte, e, naquela ligeira brisa da noite, observavamos em silencio as silhuetas das margens que passavam, toscamente iluminadas por aquelas quatro estrelas, e todas as outras estrelas que brilhavam naquele ceu abandonado.

Essa (viagem pela America do Sul) foi uma viagem de iniciacao, quase. Nao sei bem em que me iniciei, mas sempre que penso nessa viagem e nos nossos espiritos ingenuos e sedentos de tudo o que de genuino nos aparecesse, a memoria que tenho é a de uma certa inocencia perdida. Essa viagem, sonhada durante anos, planeada durante meses e vivida durante um periodo de tempo que nao e quantificavel (ja que nao acabou, em mim), representou o inicio e o fim de um pedaco de descoberta pessoal; aquele momento, o primeiro de muitos junto e sob o Cruzeiro do Sul nessa viagem, foi tambem o meu primeiro contacto com o Sul que eu imaginava: o vento que passava, a agua que ficava para tras, a jornada, de certa forma, que eu vivia.

Lembro-me de, antes da partida, a mae do Duarte lhe oferecer um livro (Bruce Chatwin, In Patagonia) e de, na dedicatoria, aparecer algo como "Para o Duarte (...) que seja a primeira de muitas viagens, rumo a Sul". Eu nunca li o In Patagonia, mas aquela dedicatoria (que nao era para mim), tem para mim muito mais significado do que qualquer coisa que o Chatwin tenha escrito sobre esse territorio condenado, porque encerra um desejo que eu tinha, e tenho, para mim mesmo: muitas viagens, rumo a Sul.

Vi o Cruzeiro Sul pela Argentina abaixo, no gelo da Terra do Fogo e, depois, de novo num barco, embarcado num cargueiro nos mares do Sul do Chile. Subimos todo o Chile sob o Cruzeiro, cruzamos a Bolivia e ate no Peru tenho memorias daquelas quatro estrelas. Passadas varias semanas, ver aquela constelacao ja nao me provocava o impacto dos primeiros dias porque, a certa altura, ja estavamos a viajar rumo a Norte, uma vez que depois de Ushuaia a viagem se fez mapa acima. Tinhamos estado no Sul dos suis - mais era dificil, com o nosso orcamento - e, rumo a Norte, o Cruzeiro continuava a ser absorvido com uma intimidade dificil de explicar, mas sem o prazer da novidade. 

Passaram tres anos desde essa viagem, passaram-se outra viagens e outros periodos, e nao me voltei a lembrar do Cruzeiro. Nesse periodo, algo do meu romantismo ficou esquecido entre folhas de Excel e um certo amadurecimento pessoal, e, se bem que nao tenha perdido nenhuma da curiosidade que sempre tive, deixei-me envolver no sofisticado mundo do desenvolvimento profissional.

Foi, por isso, com um arrepio que quase me desiquilibrou, que ontem, quando corria parque abaixo, a beira da agua aqui ao lado da minha casa em Sydney, entre um ou outro candeeiro e a ponte da cidade la ao longe, o meu olhar se cruzou - de novo! - com o Cruzeiro.

Entretido com as primeiras semanas e a novidade de um novo pais, nao me tinha ocorrido ainda olhar para o ceu, ate porque a metropole que é Sydney nao se associava (nem associa) necessariamente a minha romantica ideia de Sul. Mas naquele momento, olhei para cima por acaso, e senti aquele arrepio de prazer que nos proporciona o reencontro com um velho amigo.

"O Cruzeiro do Sul!!", pensei eu, e uma adrenalina encheu os meus passos com tal energia, que cheguei a casa sem dar por mais nenhum kilometro.

Mais uma viagem, rumo a Sul.

Cigarettes and Sticky Carpets


Gostei da maneira como esta gente se define:

"Cigarettes and Sticky Carpets

New Found Frequency has seen more late nights, more beer soaked bar stools and more cigarette burns than any other company pretending they know live music. (...) New Found Frequency founders have lived in touring vans, slept in train stations, carried tons of road gear and have eaten more roadside deep fried food than total liters of petrol pumped. We know cigarettes and sticky carpets - because we live it. We breath it. We love live music. All members of New Found Frequency in one way or another are directly connected or entirely involved in the live music industry, from music producing, engineering, recording, performing, writing, touring, you name it - we're doing it. We've cut through all the smoke filled pubs and clubs of every sticky carpet live music venue in the country and around the world; to build the most diverse and extensive live music database of Australian and international live music content."


Ja agora.."dire times..call for dire faces"


MusicPlaylist

(Tokyo Police Club)

Saturday, August 02, 2008

Celebutante


Repare-se nos dias que vivemos:


"Celebutante is a portmanteau of the words celebrity and debutante. It is generally used to refer to a young woman from a rich family who has received a large amount of media attention, primarily for her wealth and lifestyle. The term is currently used to describe individuals such as Paris Hilton and Nicole Richie in entertainment journalism." Wikipedia


O que me faz impressao aqui e a parte "media attention". Questiono-me: Quem criou pessoas como a Paris Hilton - os media para nos, ou nos e anossa curiosidade para os media?


E agora que toda a gente sabe quem ela e, como se justifica que cadeias de televisao non-entertainment continuem a emitir noticias sobre ela?


Eu acho que a celebridade mundial da Paris Hilton revela como os media determinam a agenda dos nossos interesses.

Friday, August 01, 2008

elevator (take me home)

Hoje estava sozinho no elevador desde o 11º andar e uma colega (º) entrou no elevador no 2º e disse "sorry" em voz baixa. Pediu desculpa. É um acto ímpar de confianca perdida. Que sera que ela diz quando pisa alguem, por exemplo, ou quando lhe salta um perdigoto numa conversa? Pergunto-me quanto tempo duraria a estabilidade psiquiatrica desta colega (ºº) no metro de Londres ou na final da Taca.



(º) (quem diria que eu um dia viria a usar esta palavra com credibilidade)

(ºº) (parece que ja estou a vontade no uso desta palavra)



(Ja agora, porque ate vem a proposito..


)